“Espero que eles resolvam definitivamente o problema, implementando as soluções que prometeram”. Essa era a expectativa do senhor Sebastião Antunes Batista, 49 anos, ao participar da audiência pública realizada pela Prefeitura de Palmeira na noite de terça-feira, 6, na Câmara de vereadores do município.
Em pauta estava, mais uma vez, a qualidade da água fornecida pela companhia à população. Segundo Sebastião, que convive com o problema desde que mora no centro de Palmeira, há cerca de 20 anos, tem dia que a água está limpa, tem dia que tem muito cloro, mas na maioria dos dias ela é suja. “Tem dias que não dá nem pra lavar roupa”, disse o homem, que contou ter perfurado um poço artesiano por conta própria, de onde utiliza água para cozinhar e para o consumo de sua família.
Para ele, além da questão da capacidade, o local onde está instalada a Estação de tratamento também pode ser parte do problema. “O local de captação fica onde desemboca muito esgoto, animais mortos, e quando chove os agrotóxicos usados nas plantações devem ser levados para o rio”, especulou.
Estudo definitivo para ampliação da Estação e do reservatório sai ainda este ano
O superintendente Regional de negócios Sul-Serra da Casan, Vilmar Tadeu Bonetti, reconheceu, ao longo da audiência, que foi convocada pela prefeita Fernanda Córdova, a defasagem na capacidade de trabalho da estação de tratamento. “Quando foi instalada a rede de abastecimento em Palmeira, o projeto foi abastecer através de um poço artesiano, que na época produzia 3 litros por segundo, e a estação foi projetada para tratar 1,5 litros de água por segundo, o que, naquela época, supria a demanda”, explicou, salientando que o poço deixou, tempos depois, de produzir a mesma quantidade. “Por alguma razão geológica a vazão do poço diminuiu para 1,5 litro por segundo. Isso fez com que a estação passasse a tratar a água na sua capacidade máxima e, hoje, com o crescimento da cidade, se tornou insuficiente”, reconheceu.
Bonetti respondeu aos questionamentos da comunidade e das autoridades presentes e se comprometeu a entregar, no prazo de 30 dias, um projeto com o planejamento e um cronograma de ações para a ampliação da estação e do reservatório, o que, segundo a avaliação, deverá resolver o problema. “Vamos trabalhar para resolver a demanda o mais rápido possível, mas salientamos que há prazos legais que devem ser respeitados. Mas podemos sair daqui com a certeza de que o problema será sanado”, prometeu.